Dário Gomes, educador social do AESCT e Joana Ferreira, psicóloga do agrupamento de escolas D. Afonso Henriques (Guimarães) organizaram o I Bootcamp de Saúde Mental Juvenil com o apoio da Associação Inovterra (Tarouca).
Entre os dias 28 e 30 de abril, cerca de trinta jovens estiveram em Tarouca para discutir assuntos relacionados com as questões de saúde mental. O programa contou com momentos de ócio e de muita diversão, mas também de momentos de partilha e reflexão individual e em grupo. Neste desiderato, foram utilizadas metodologias de educação não formal, como world café, photovoice, mindfulness, apresentação de trabalhos e outras dinâmicas que potenciam a aprendizagem.
Esta iniciativa pretende ser o pontapé de saída para a mudança de paradigma no trabalho a realizar com os jovens no âmbito da saúde mental.
Para Dário Gomes, educador social do AESCT, o programa tem um potencial enorme na forma como pode potenciar o desenvolvimento de competências pessoais e sociais da população juvenil e não só, ao mesmo tempo que pode ser uma aposta importante na prevenção dos problemas relacionados com a saúde mental. Segundo a sua perspetiva, a escola tem de ser um lugar que ultrapassa a tradicional transmissão de conhecimentos do século passado. Os jovens do século XXI precisam de outros estímulos, que são igualmente importantes e que devem ser alinhados com as aprendizagens académicas realizadas em sala de aula. A educação não formal deve andar de mãos dadas com a educação formal realizada dentro das escolas portuguesas.
Para Joana Ferreira, psicóloga do Agrupamento de Escolas D. Afonso Henriques, conciliar a educação não formal com aquilo que é preconizado no perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória é uma oportunidade única que consubstancia as aprendizagens realizadas na estrutura escolar e que é transportada para o que é o desenvolvimento de competências transversais para a vida adulta.
Diogo Santos, aluno do 9.º ano do AESCT refere “adorei este fim de semana, foi incrível. Adorei as estratégias utilizadas para aplicar os conhecimentos e, principalmente, a possibilidade de desenvolver competências de socialização e os laços criados ao longo destes três dias. Conhecer pessoas novas e aprofundar os meus relacionamentos com as que já conhecia foi a melhor parte. Saí de Tarouca com o coração mais quente, pois, pelo menos eu, deixei um pouco de mim, mas com certeza trouxe muitas coisas destes dias memoráveis e sensacionais. O conhecimento é uma troca, quem ensina, também agrega alguma aprendizagem, por mais mínima que possa parecer. Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem ninguém é tão pequeno que não possa ensinar. E eu aprendi tanto nesta experiência.”
Os técnicos envolvidos encontram-se a desenvolver funções nas respetivas escolas e estão enquadrados no âmbito do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar (PNPSE).
Esta atividade contou, também, com o apoio do Instituto Português do Desposto e Juventude (IPDJ).